Números do setor mineral - 1º semestre de 2022 - CORE CASE

Números do setor mineral – 1º semestre de 2022

Os números do setor mineral para o primeiro semestre de 2022 mostram uma queda no faturamento e saldo comercial, bem como da produção e exportação em relação a igual período de 2021. 

Por outro lado, a importação de minérios tem grande elevação em comparação com o primeiro semestre do ano passado. Os dados são do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

Vamos ver de perto esses números?

Faturamento mineral: queda de 24%

O setor mineral brasileiro registrou no primeiro semestre de 2022 uma queda nas exportações, o que levou a um declínio de 24% no faturamento, chegando a R$ 113,2 bilhões, em comparação com os R$ 149 bilhões do mesmo período do ano passado.

Esse faturamento representa uma queda de 52,5% no saldo comercial do 1º semestre de 2022 na comparação com o mesmo período de 2021. 

Considerando o movimento trimestral, no segundo trimestre deste ano o faturamento foi de R$ 57 bilhões, pouco acima dos R$ 56,2 bilhões do trimestre anterior.

Produção no setor mineral

Em relação à produção no setor mineral, houve uma estimativa de 441 milhões de toneladas, representando uma queda de quase 9% em relação ao primeiro semestre de 2021, onde a produção chegou a 483 Mt.

Minério de ferro, ouro, cobre e bauxita em queda

No primeiro semestre de 2022, as commodities minerais de ferro, ouro, cobre e bauxita tiveram uma expressiva queda no faturamento, sendo de 36%, 15%, 3% e 3%, respectivamente. 

minério de ferro, commodity que responde por mais de 70% de todas as vendas externas do setor mineral brasileiro, teve a maior queda no faturamento, representando um valor de R$ 107,5 bilhões no primeiro semestre de 2021 para R$ 68,3 bilhões no primeiro semestre de 2022. No comparativo trimestral, o minério de ferro apresentou uma leve recuperação, com alta de 9%. 

Algumas commodities minerais registraram aumento nos valores gerados com exportações neste período, como o nióbio (9%) e caulim (13%).

Exportação para China e influência no faturamento brasileiro

A China é o principal comprador do minério de ferro brasileiro, responsável por 64,8% das exportações do produto. Segundo o Ibram, as transações com a China envolvendo este metal no primeiro semestre de 2022 caíram 32,3%.

A demanda chinesa por minério de ferro afeta fortemente o desempenho do faturamento do setor mineral brasileiro. Assim, essa queda da exportação para o país asiático é o principal fator para o declínio do faturamento mineral no primeiro trimestre de 2022.

Aumento das importações minerais

Com a queda das exportações e do faturamento mineral brasileiro, as importações subiram de forma significativa, o que também influenciou no resultado do saldo comercial. 

As compras no exterior movimentaram US$ 9,4 bilhões, o que representa expressivos 199,9% a mais do que no mesmo período do ano passado. Cerca de 92% dessas importações representam carvão mineral para uso siderúrgico e potássio para fabricação de fertilizantes.

Mineração e ciclicidade do mercado

Segundo o diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, a mineração possui um comportamento cíclico e depende dos humores do mercado internacional. 

No ano passado, por exemplo, alguns recordes do setor foram registrados. Segundo Jungmann, em resposta ao desempenho virtuoso do ano passado, vem ocorrendo um ataque especulativo aos ganhos do setor mineral.

“Me refiro a propostas que tramitam no Congresso Nacional. Levando em conta a melhoria da produção, do faturamento e da exportação no ano de 2021, elas buscam ampliar, praticamente duplicar, a cobrança de royalties. Estamos agora a ver que a situação se inverteu. Esperamos que voltemos logo à situação anterior, mas precisamos considerar o aspecto cíclico”, disse.

De acordo com Jungmann, o aumento da cobrança teria como consequência a elevação dos custos da atividade minerária e a perda de competitividade do setor, que é produtivo e traz divisas para o país. Jungmann também se queixou da criação da Taxa de Fiscalização de Recursos Minerais (TFRM), através de leis estaduais em Minas Gerais, no Pará e no Amapá. Questionadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), sua constitucionalidade está em análise no Supremo Tribunal Federal (STF). (Fonte: Agência Brasil).

Perspectivas futuras para o setor mineral brasileiro

Dessa forma, o setor mineral brasileiro teve uma queda de 24% no faturamento neste primeiro semestre de 2022, com forte influência do declínio de exportações de minério de ferro (principal commodity mineral exportada pelo Brasil) para a China (principal comprador).

Segundo uma matéria da XP Expert, as perspectivas para o setor mineral ainda para este ano podem ser sintetizadas nesses principais aspectos:

“As compras de minério de ferro pela China devem começar a se normalizar após as Olimpíadas de Inverno, também impulsionadas por um arrefecimento da crise energética que afetou o país no segundo semestre de 2021.

Vemos um pequeno aumento na oferta da commodity no mundo (principalmente impulsionado pela Vale), compensado por um aumento na demanda global de aço em países fora da China (especialmente nos EUA e na Europa, apoiado por planos do governo para aumentar os gastos com infraestrutura). Em nossos modelos, assumimos uma curva conservadora de minério de ferro, com a commodity negociando em média a US$100/t em 2022.”

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